Mitos e realidades

São vários os mitos acerca da violência doméstica. Entre os quais:

Mito: “A vítima sofre porque quer, se não já o tinha deixado”.

• Facto: a vítima maltratada pode não dispor, por exemplo, de meios económicos para se poder afastar. Aquelas que sobrevivem a este problema social, canalizam todas as suas energias, diariamente, a tentar sobreviver sem ser mortas.



Mito: “As mulheres sentem-se dependentes.”

• Facto: Na grande maioria destes casos, verifica-se falta de apoio.



Mito: “A mulher alguma coisa fez...”

• Facto: a violência não é justificável; gostar implica respeitar o outro por aquilo que ele/a é. Mesmo que algumas vezes não concordemos com aquilo que ela/a pensa ou faz, nenhum/a companheiro/a tem o direito de agredir o/a outro/a quando o discorda de alguma opinião ou de algum comportamento.



Mito: “O homem tem desculpa porque tem problemas ou estava embriagado.”

• Facto: a agressão é punida por lei; a pessoa violenta quase sempre volta a fazê-lo; o consumo excessivo de álcool e/ou de drogas serve apenas como argumento do/a agressor/a para desculpar o seu comportamento e não para se responsabilizar pelo mesmo. Os consumos podem facilitar a violência, mas apenas em quem já se manifesta a tendência para ser violento; a violência conjugal não é um acto isolado de descontrolo, nem o álcool é por si só uma explicação.

Mito: “Entre marido e mulher ninguém mete a colher.”

• Facto: os maus tratos conjugais são um problema social e criminal que não pode ser tolerado, sendo um crime público, somos todos/as responsáveis e devemos denunciar tais situações.



Mito: “Quanto mais me bate mais gosto de ti.”

• Facto: muitas vítimas vivem permanentemente em estado de terror físico e mental; a violência conjugal causa sofrimento físico e psíquico, com impacto negativo para o bem-estar e saúde das vítimas, conduzindo no limite á sua morte; as agressões não devem ser entendidas como provas de que o outro “se preocupa comigo” ou que “me dá atenção”.



Mito: “É preciso aguentar para bem dos filhos.”

Facto: a separação dos pais pode causar menos sofrimento à criança do que os maus-tratos observados por esta; a violência conjugal também afecta os/as filhos/as, sendo estes, vítimas directas ou testemunhas das cenas de violência, tendem também a tornar-se violentos. Para além deste facto, uma vítima de violência doméstica pode sempre sair de casa, visto que este acto não é considerado abandono do lar.